No dia 22 de outubro foi noite de Romaria! Uma atividade organizada pelo Cupav que contou com a participação de muitos jovens universitários em busca de uma “ajudinha” neste início de ano letivo.
Rumámos até ao Miradouro de Santo Estêvão, em Santa Apolónia, bem no centro de Lisboa. Santo Estêvão foi o primeiro mártir cristão, tendo sido apedrejado até à morte pela fé em Jesus. Por isso, na penumbra da noite, por entre as luzes da cidade e os reflexos do rio Tejo, fomos convidados a rezar as pedras, que apedrejaram Santo Estêvão, sob diferentes perspetivas: quais as pedras que nos fazem mal, que nos prendem e limitam e que, por isso, devemos abrir mão e largar; quais as pedras que somos chamados a ser no sentido de construir e edificar na Igreja, na família, nos estudos e nas nossas relações; quais as pedras que nos sustentam, que nos suportam e que são o nosso alicerce; e como podemos alimentar a relação com a nossa pedra, o nosso rochedo e fortaleza, que é Deus.
Foi-nos colocado este grande desafio de fazer uma “limpeza” ao nosso coração, de pensar e perceber o que está bem e o que queremos manter e fortificar e, ao mesmo tempo, o que está mal e nos impede de seguir o caminho que Deus tem preparado para nós. Uma tentativa de focar o nosso olhar e o nosso viver na vontade de Deus, de O colocar no centro e, a partir daí, saber dar o lugar certo às outras coisas que Ele coloca nas nossas mãos. Um exercício para manter a cabeça no lugar e reorganizar as prioridades. Uma maneira de recordar quais as pedras que têm moldado as bermas da nossa estrada e perceber quais as que podem ser acrescentadas e quais as que devem ser retiradas.
Pode não ser a solução imediata que tanto desejamos para resolver as nossas coisas mas, pelo menos, é um ponto de partida!
Mariana Simões
A Romaria, organizada pelo CUPAV, não é mais do que uma pequena peregrinação, que, por sinal, foi a minha primeira! Se decidi ir foi porque senti necessidade de uma experiencia de fé diferente do que é a rotina quinzenal dos encontros dos convívios ou das tardes de quarta-feira, com a eucaristia semanal para universitários. Sair da zona de conforto, foi isto que esperei encontrar. E, de facto, teve um início surpreendente com o desafio de irmos ao encontro do outro, de o conhecer e de nos darmos tal e qual como somos, sem medos!
E assim, nesta noite, rumámos até ao Miradouro de Santo Estevão, que foi um mártir da Igreja Católica, acusado de blasfémia, e por isso condenado à morte por apedrejamento….Falamos então de “pedras”…das pedras da nossa vida. Na verdade, abrir-me ao outro é para mim uma “pedra no sapato”, que consegui largar e que me deu a felicidade e a graça de ver Cristo no outro. Depois pensei nas pedras que constroem, que edificam algo novo, que fazem de nós “pedras vivas”. Pude assim discernir quais os meus alicerces, quais os alicerces que quero para a construção que faço no dia-a-dia – se um solo árido, que facilmente deita tudo por terra, ou se rocha firme, que após a intempérie se mantém intacta e permite a bonança!
Na subida até ao miradouro, perdi a noção do quão íngreme foi, mas quando cheguei, apercebi-me que apenas o tinha conseguido fazer através de escadas, que são feitas de pedras. Por isso todas as pedras da minha vida, construtivas ou destrutivas, fazem-me avançar no caminho para Deus. E foi lá no alto onde me deixei encontrar com Jesus, na paz daquela noite calorosa, em que pude abrir mão das pedras que precisava de largar, mas recolhi outras que me lembravam daquele que é o verdadeiro ROCHEDO!
Rafaela Sousa