Taizé é uma comunidade de irmãos, uma aldeia situada no centro de França, a 2 horas de Genebra. A comunidade está aberta a receber jovens de todos os cantos do mundo ao longo de todo o ano. Como nos diz o Irmão Roger, fundador da comunidade, no seu livro Deus só pode amar:
«Penso que, desde a minha juventude, nunca perdi a intuição de que uma vida em comunidade pode ser um sinal de que Deus é amor; só amor. Pouco a pouco crescia em mim a convicção de que era essencial criar uma comunidade de homens decididos a dar toda a sua vida, e que procurassem sempre compreender-se mutuamente e reconciliar-se: uma comunidade onde a bondade do coração e a simplicidade estivessem no centro de tudo.»
Deixamos te aqui a partilha de dois jovens que fizeram esta experiência. Poderás visitar Taizé em qualquer momento, são várias as dioceses e grupos de jovens que organizam viagens à comunidade, tens também comboio e ainda vários autocarros (http://www.taize.fr/pt_article1586.html) que te levam até este destino. No entanto, se a tua viagem não está para breve não te preocupes. Por todo o país, grupos de jovens reúnem-se e fazem orações ao estilo desta comunidade na tentativa de levar um pouco de Taizé àqueles que ainda não tiveram esta oportunidade e, para que aqueles que foram, possam relembrar cada momento em oração. Existem também grupos no Facebook e algumas páginas e blogues onde podes ter um contacto mais direto com jovens que já embarcaram nesta aventura e onde poderás encontrar a informação para que também tu possas arriscar nesta viagem. Fica aqui (http://www.taize.fr/pt) a página oficial da comunidade.
Orações Taizé em Portugal
Santarém
S.Nicolau – Igreja de S.Nicolau
Às quartas, de 15 em 15 dias às 21h15
Pontével
Igreja de Nossa Senhora da Purificação
3ª sexta de cada mês às 21h30
Tomar
Alviobeira – Salão Paroquial
Último Sábado de cada mês às 20h30
Lisboa
Alto dos Moinhos – Convento de S.Domingos
1ª quarta de cada mês às 21h30
Porto
Igreja de São José das Taipas
3ª quarta do mês às 21h30
“Um sorriso! Um sorriso é a coisa que melhor descreve Taizé, um sorriso é algo que nunca deixa a cara de quem quer que seja. Foi esta beleza que me fez apaixonar por aquele sítio maravilhoso que não consigo descrever muito bem. Para mim, são as pessoas que fazem Taizé o que é, toda a gente lá ama sem problemas é feliz sem medo de ver a sua felicidade reprimir e, acima de tudo, mostra o melhor que tem para dar aos outros. Sinceramente, não consigo escrever aquilo que sinto quando penso em Taizé e muito menos o que vivi lá.”
Pedro Jacinto
Cartaxo – Santarém
“Partilha e despojamento são as primeiras palavras que surgem quando se fala de Taizé e lembro-me de tudo o que se vive naquela colina francesa. Viver em comunidade, contribuir para a sua manutenção, fazer amizades que ficam para a vida, partilhar coisas que jamais partilharíamos no nosso dia-a-dia. Já fui a Taizé três vezes e em todas elas sinto que é a primeira. As pessoas são diferentes, as vivências são diferentes, as partilhas são diferentes.
Falando agora um bocadinho da rotina de Taizé. A vida na comunidade começa cedo. A primeira oração é pelas 8h00 da manhã, sendo que pelas 7h30 há missa. Depois da oração temos o pequeno-almoço e seguidamente juntamo-nos para os grupos de partilha com pessoas de diferentes nacionalidades para juntos podermos refletir sobre o Evangelho do dia. Passamos para o almoço, somente a seguir à oração da tarde e depois juntamo-nos novamente com o grupo de partilha ou podemos ter tarde livre para explorar as aldeias vizinhas de Taizé. Pessoalmente na parte da tarde gosto quando ficamos com a liberdade para ir explorar e podermos ficar com tempo para nós e refletir o que vamos vivendo durante o dia. O dia está perto do fim e o jantar é servido pelas 19h00 e a oração é apenas depois da refeição. Temos até às 23h30 para podermos estar no Oyak que é o sítio onde podemos conviver e fazer o barulho que nos apetecer. Resumidamente são assim os dias na aldeia. Acho importante referir também o lago do silêncio que é o meu sítio de eleição para escrever e estarmos decididamente sozinhos. O facto de andarmos sozinhos em Taizé não é mau, antes pelo contrário. O que procuro quando decido fazer semana na colina é conseguir reencontrar-me e perceber verdadeiramente quem sou e o que quero para a minha vida.
Taizé é uma constante de partilha, partilhamos coisas com quem não conhecemos, com pessoas que provavelmente não vamos voltar a encontrar. É também o despojamento do que somos fora de Taizé e deixarmos que os sentimentos e as emoções nos invadam e conseguirmos transmitir aos outros aquilo que sentimos. Apesar de toda esta beleza, aquilo que acho verdadeiramente bonito é o facto das pessoas passarem umas pelas outras e sorrirem sem as conhecerem mas mostrar o que de melhor o Ser Humano consegue dar: o sorriso. Quero apenas partilhar algo que me aconteceu nesta minha última experiência na aldeia. Penso que conseguirão perceber o que se vive e da maneira que se vive. Estava a chorar na Igreja (tinha sido um dia muito emotivo) e ao meu lado senta-se um rapaz alemão que eu não conhecia e pede-me para lhe guardar as coisas dele para ele ir à casa-de-banho antes da oração do almoço começar. Entretanto continuei a chorar durante a oração e a certa altura ele abraça-me e ficamos toda a oração abraçados e já os dois a chorar. No resto da semana continuámos a encontrar-nos e a falar. Tínhamos partilhado mais um com o outro naquele momento do que aquilo que podíamos pensar. E Taizé é isto. Dar sem receber ou querer receber algo em troca. Dar ao próximo algo que o conforte e que lhe dê um sorriso e limpar as lágrimas. Porque Taizé só se sente verdadeiramente quando se vive. Vivam Taizé e se tiverem oportunidade de ir, não pensem duas vezes. Vão, procurem e deixem-se encontrar.”
Inês Sentieiro
Torres Novas – Santarém